Wednesday, June 22, 2011

Vale do Amor



Não acontece nada… tu olhas-me e se por acaso sorris… eu apaixono-me outra vez.
O meu olhar tornou-se mais atento… para captar os teus sorrisos discretos.
E sentir o dia a dia. Que se banaliza …
Apaixono-me… repetidamente. De repente varias vezes… por ti.
Amo-te no instante a seguir. E o meu olhar torna-se mais atento… no dia a dia. Mesmo quando se torna banal … olhar-te repetidamente.
E assim encho-me de flores que nunca vi nos lugares lindos de todos os dias… Encho-me da luz clarinha da manhã e do cor de laranja que começa a acontecer…
Encho-me de bichinhos e bicharocos que se existem é noutra dimensão … e de borboletas que já achava extintas… e de tintas de cores e de cheiros… essencialmente de flores.
Amo mais o Mundo logo a seguir. Como se “amor” contagiasse.
E isto de manhã. Quando olhas para mim ensonado e eu ainda não tive a certeza de te estar a falar.

Friday, June 17, 2011

Um poema anónimo



Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.

Já gastámos as palavras.
Quando agora digo meu amor,
já não flutuas.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.

Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.