Friday, October 26, 2012

Momentos de tristeza



No outro dia sonhei contigo e com pimenta e tu morres assim.
Quando me despertas a curiosidade da tua loucura é porque me fartei do ser humano. E só este cão vadio me desperta amor.
Não há luzes nem conversas que me levem de ti.
E em breve voo para longe. Já não nos perdemos por aí…

Temos uma amiga doente vamos-lhe oferecer uma arvore.
Alice… tão linda que és… que não tens o direito de morrer assim.
Acredito que nos vamos ver.
Sou mais católica assim?

Hei-de ter 85 anos e de ver a Qaaba. Por teimosia.
Hei-de dormir numa cabana sobre o mar… Por capricho.
E se vais ser minha filha é por amor.
Visita-me e toca piano a ver se a luz nos alcança. Podes ter olhos azuis ou castanhos.

Vamos por aí sem destino, sem volta, para onde nos levar o mundo… 
Se fossemos os dois… Mas e se formos quatro ?
Tomarás conta de mim? Quando eu desesperar de choros e identidades.
Vais-me buscar um brinquedo ao teu cesto?

Está frio. Então perco a razão como um cérebro que gela.
Perseguida por monstros, engolida por eles.
Não podendo deixar de sorrir quando me cruzo com os teus olhos cor de amêndoa.
Um beijo pela tua simpatia… se te sentires capaz.
Os cravos túnicos nem se dignaram a espreitar.
Fico sem flores para o meu altar.
Ouvem-se os teus soluços e silêncio prolongado. E por aí fora.
Acontecimentos sem valor.

As toucas de flores com que a minha mãe tomava banho no mar.
O sorriso do meu Pai.
O meu fato de banho ridículo e demasiado enorme para idade.
Acontecimentos…

Novo Mundo: seres verdes de plástico, em filmes dos anos 80. Como quem vê a cúpula do Palácio de Cristal, qual nave aterrada num jardim.
A televisão desmorona ainda mais o que sobra da minha atenção.
E ainda assim não é a tristeza que me consome mas o cansaço.
E entristece-me que deseje o sono mais que a tua companhia.

Onde está a minha revolta? Não existe, desistiu.
Quase rosno, embora grite em silêncio por ajuda. É a isto que se chama orgulho?
Não grites pois o eco perder-se-ia em montanhas, volátil. Como a vida é tão volátil.
Quase rezo.

Esvaziei-me de chorares mas também de gargalhadas. Tornei-me num fastidioso ser agradecido pelo fim.
Pergunto-me se ainda sou eu.
Vamos ao cinema para termos um pretexto para namorar.
Para darmos beijos enquanto passam as letras pretas.

1 Comments:

Blogger Migla said...

angustias em frases florais que me fazem gostar de ti ainda mais

12:06 PM  

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