Friday, June 28, 2013

FESTIVAL



Estou quente mas uma brisa lembra-me que fiz bem vestir-me como se fosse para as montanhas.
Assim o vento só me toca na pele queimada e ainda assim dói.
Como é que é possível nunca teres ido a um festival?
O sol está a pôr-se lentamente lá para trás dos arbustos e dos montes de relva, a esta hora cheios de gente deitada e reclinada.
E não há enchentes de gentes.
Então eu flutuo. É neste momento que tento memorizar e não consigo.
Tudo flutua, a beleza é incomparável, sinto-me feliz e sinto-me viva.
Sinto toda a subtileza à minha volta.
Sinto-te a ti e tu ainda nem chegaste.
Sinto tudo que me envolve como se me fundisse com a envolvência.
Sinto-me feliz.
Sei que não vai durar muito mas sinto-me feliz.
Cada nota toca-me  e cada bocado de mim estremece.
Eu flutuo por cima de mim.
Sou muito mais do que só eu.
Sou tudo o que me rodeia.
Blur.
Não há muito mais a dizer.





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