Monday, June 23, 2008

Lua do meu Mundo


Num andar nocturno, numa cidade como Bombaim, junto ao porto com a sua imensidão de fundo. Ou numa cidade como Havana, no malécon semi-abandonado. Até no Rio de Janeiro, onde junto ao mar se torna deserto. Mas sempre com um luar. E um andar despreocupado já que isolado. Sem medos ou receios.

Uma casa de ninguém, sem tectos, só com o mesmo luar. Cheia de tambores e de gente que adora tambores. Podia ser uma das casas do centro da Ilha do Fogo ou dos arredores de capital de São Tomé ou até mesmo da favela de São Salvador da Bahia. Mas cheia de negros suados com mãos que mal se vêem e ritmos que controlam o bater dos corações presentes. Com a lua como presença absoluta.

Ou por fora seriam casas citadinas preenchidas por enormes grafitis nas zonas mais pobres de Barcelona ou do Porto ou de Berlim.

Lua essa poderia ser do Sudoeste Asiático, que em dias de festa arrasta a loucura no sul da Tailândia ou o romance no rio de Hoi An. Mas desses Mundos só se vêem as recordações… da Lua.

Um andar nocturno, de fim de festa, de solidão agradável, de sensação de vida vivida, nem que por isso tenha passado pelos extremos. Daqueles andares de coração preenchido e cabeça erguida. Com uma pequena dose de egocentrismo.

Essa lua que faz sonhar.
Na Bahia de São Tomé, de noite, como um holofote de magia.
No Vietname sorriu para os nossos corações.
No Laos reflectiu-se no lago.
Na Índia tornou-se magica e falou.
Na Indonésia foi um sonho que andava perdido e que se encontrou mais tarde.
Hoje ela é real.

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