Saturday, June 14, 2008

Raiva


Ela surge… não pede licença.
Bem sei que a provocam… mas ninguém a convida.
Acredito no bem e não no mal.
E ela surge… tenta entrar.

Mau, é sempre um mau momento.
É sempre mal vinda… mas vem sem convite.

Depende do porquê de surgir.
Se espontânea… em mim já não surge.
Se provocada… também não.
Crescer tem as suas enormes vantagens…

Só surge de mim para mim.
Ela vem de mim para mim, por isso entra e sai com tanta facilidade.
Ainda assim rara… espero que entendam…
Sou só eu e ela e não há outro espaço para além de nós as duas.

Porque é que ainda assim aparece… não sei.
Talvez para me defender.
Para defender a minha dualidade ou até o meu ego.
A minha sobrevivência.

Talvez não seja ou não esteja perdida…
Talvez não se queira sentir desvanecida… na sua existência temporária.
Talvez venha para me defender do meu outro eu, aquele que não está a escrever.

Nem ela saberá a razão da sua existência.
Nem eu.
E não nos entendemos, nem queremos, ou eu não quero.

Se a sobrevivência dela necessita… então ainda falta muito para crescer.

4 Comments:

Blogger era uma vez... said...

Nos cães usa-se a vacina.
Quem passear por este blog,irá achar com certeza,perfeitamente incompativel esse sentimento com a pessoa que se mostra aqui.

De certeza que não é esse o adjectivo que queres usar.

(espero que o patch esteja vacinado coitado)

10:06 AM  
Anonymous Anonymous said...

O teu (inexcedível) poema, fez-me pensar... E como se afirma tantas vezes que tudo tem explicação científica... "A Raiva é uma doença causada por um vírus da família rhabdoviridae, género Lyssavirus. O agente causador da raiva pode infectar qualquer animal de sangue quente, porém só irá desencadear a doença em mamíferos, ruminantes e primatas (como o homem).

O vírus tem envelope bilípidico, cerca de 100 nanómetros e forma de bala.

O vírus da raiva tem um método de transmissão especialmente interessante, pois a sua infecção por mordidela de novos hóspedes depende da sua capacidade de provocar agressividade no doente. Transmite-se através da mordida de animais como cão, morcego e muitos outros..."

sabes... acho que tens razão... tendemos a accionar mecanismos de sobrevivência tão fortes que, às vezes, reduzem a nossa verdadeira dimensão e, por definição, tendemos para a completude.

beijo grande (mikuri)

3:47 AM  
Blogger Migla said...

Exercito-me na indecisão, porque quando te leio perco-me num vórtice de emoções. Gatinho para debaixo da mesa de um qualquer papel, o que está mais à mão, o que me defende melhor; o papel de irmão, o irmão psicoterapeuta (absurdo), o amigo irmão, o que desespera e abraça, o que procura manter a objectividade (?) para saber ajudar.
A mim nada me ajuda, é demasiado intenso, ressoa em mim cada vibração tua, deve ser isto ser irmão.
Só quero que acredites em ti como eu acredito, ... não tem tamanho.

10:14 AM  
Anonymous Anonymous said...

O teu poema alguns médicos traduzem:

Irritabilidade extrema; a pessoa torna-se exigente e zanga-se quando os outros não acatam os seus desejos e vontades;

Alterações emocionais súbitas e imprevisíveis, os pensamentos aceleram-se, a fala é muito rápida, com mudanças frequentes de assunto;

Reacção excessiva a estímulos, interpretação errada de acontecimentos, irritação com pequenas coisas, levando a mal comentários banais;

Aumento de interesse em diversas actividades, despesas excessivas, dívidas e ofertas exageradas;

Grandiosidade, aumento do amor próprio. A pessoa, pode sentir-se melhor e mais poderosa do que toda gente;

Energia excessiva, possibilitando uma hiperactividade ininterrupta;
Diminuição da necessidade de dormir;

Aumento da vontade sexual, comportamento desinibido com escolhas inadequadas;

Incapacidade em reconhecer a doença, tendência a recusar o tratamento e a culpar os outros pelo que corre mal;

Perda da noção da realidade, ideias estranhas (delírios) e «vozes»;

Abuso de álcool e de substâncias.

3:30 PM  

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