Wednesday, July 23, 2008

Japa Mala


Uma atracção mística por Japamalas faz com que alguns destes colares de contas estejam pendurados perto de mim.
O primeiro comprei-o no meu primeiro dia em Rangoon… para me proteger. As contas de Sândalo provocaram uma alergia no meu braço que só passou quando o tirei um mês depois.
Tendo a protecção resultado, fui comprando Japamalas por todos os países por onde andei e fui-me apaixonando perdidamente por eles. Uns vieram do Tibete, outros do Nepal e outros da Índia, para além do da Birmânia. Tenho alguma pena de não os ter trazido dos outros países da Ásia mas nada que me preocupe muito… apesar de tudo são só colares de contas.
A juntar a esses estão mais alguns que o César me deu e assim são todos muito especiais. São talvez o meu capricho material que mais gosto.
Têm todos 108 contas, o número perfeito, com uma conta extra a 109ª que sai do círculo, geralmente ornamentada por um penduricalho que lhe dá a beleza suprema, um momento de pausa entre os mantras, o inicio… e talvez outras coisas que não sei.
As imensas, ou talvez nem tanto, variedades de contas diferem no seu material consoante a filosofia ou religião em causa. Vão desde madeira de Tulsi a Sândalo, e ainda às sementes desta última (umas vermelhas que não sei porquê, sempre achei terem origem no Brasil e nas suas bizarras religiões… mas não). As estranhas Rudrakshas com fios vermelhos. Algumas feitas da madeira da árvore onde Budha estava sentado quando atingiu o Nirvana, que dá pelo curioso nome de Bodhi. Ossos de crânios ou de Yak ou mesmo de Lamas passados, estas obviamente as mais valiosas. Imagino que ainda existam muitas mais contas e que eu nunca sentirei o seu significado plenamente.
Ainda assim adoro os meus Japamalas. Assim como adoro as estatuetas que carreguei até casa desde muito longe. Mas essas são outra história, em que cada uma tem a sua história e a minha história com ela.

Entretanto, entre Japamalas, surgem os Terços Católicos e os Rosários Islamistas. Junto os Terços aos Japamalas. Todos me são especiais e num descubro a inscrição “Joana 16-5-981”. Não tenho rosários. Fico feliz com tanta coisa pendurada.

São tão parecidos todos… assim como o são todas as religiões, tão parecidas… E leio e leio sobre elas todas… e mais parecenças me surgem… Não procuram todas o mesmo?

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