Wednesday, June 20, 2007

Um sonho


É uma paisagem estranha. Tem o mar e a praia e eu vejo-me nesse areal imenso de frente para o mar para aí às 8h da manhã. Ainda sem ninguém à minha volta. Nem sei se chego a mergulhar.
Para trás está esse pequeno lindo hotel que não sei bem se é meu ou não, mas que me é estranhamente familiar. Tem uma rede branca na varanda e pelas janelas perde-se uma música suave. Cheira a pão fresco e yogurte.
E mais atrás há uma montanha enorme que se veste de floresta tropical.
Eu sei que aí há um rio onde costumo passar tardes a fio, onde nado, onde ouço o barulho da água, aquele barulho de quando se nada numa piscina de riscas azuis vazia dos seus habitantes habituais. Também sei que não formigas nem moscas.
Tenho uma imagem das minhas botas pousadas numa pedra enorme e quente. Não é um rio fácil.
E vejo-me nessa praia, sem nunca perder o hotel de vista. Às 19h, com o pôr do sol e uma luz alaranjada. E uma música perfeita e com sorte até teria uma prancha de surf.
Muito perto ou a menos de uma hora há uma aldeia asiática onde conheço toda a gente. Curiosamente é aqui que estou, no meio deste povo de outro mundo, quando todos os sul americanos que conheci foram os mais doces da minha vida. Foram as melhores recordações que guardo de viagens, ou mais sinceramente… de gentes.
Mesmo sem saber como ali cheguei. Uma aldeia com vida e cores e cheiros e um marco dos correios daqueles vermelhos antigos que já quase não se vêem, mas que me ligam ao mundo. Têm quase tudo o essencial… ou o que seria essencial nessa minha existência imaginária.
Entretanto eu tenho uma mota para lá chegar. E ainda tenho os cabelos compridos.
E uma aldeia grande com mais de 10 ruas e um mercado. E embora pareça que conheço toda a aldeia isso é mentira.
Nem sei se sou médica nesta vida de outra dimensão.
E são 11h e tenho fotografias de todos os lugares onde estive e cadernos de apontamentos e textos de todos esses lugares. E é aí que vou escrever o tal livro. Para quem, não sei bem. Talvez para os meus sobrinhos e para os que viajaram comigo. Ou talvez para mim própria quando for grande.
Uma imagem perfeita que nunca me cansa.

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